Febre e luz

Troco o dia pela noite, prefiro a Lua ao Sol. O Sol queima a pele, derrete os pensamentos. A Lua, não, é pura calma e inspiração.

Já não reclamo mais a sua presença, sem ela meu corpo fica em paz e não atrapalha meus pensamentos.

O pior efeito da paixão é fazer-nos perder o juízo, o senso, a razão e nos fazer viver à flor da pele.

 Sem teus olhos, com certeza manterei minha decisão. O que me mata é teu cheiro e teu sorriso, mas uma vez que não o sinta e não o veja passo a desejar-te menos.

E assim será até desaparecer completamente de meus sonhos e não bater acelerado meu coração toda vez que os meus pensamentos voltarem a você.

 Serão apenas lembranças de boas e intensas experiências que por um momento quase fizeram com que eu desviasse meu caminho.

Como quase é NADA, logo estarei no meu lugar. Graças à sua ausência que faz com que a febre que eu sinto, aos poucos, dê lugar à lucidez.

A melhor parte de mim

Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

Sozinha em meio a tanta gente, perdida na escuridão. Clichês que expressam perfeitamente meu estado de espírito.

Não tenho nada mais a não ser uma lata de cerveja, caneta e um papel à mão para que eu possa tentar expressar toda a minha solidão.

Nem o céu me faz companhia, pois se esconde entre as nuvens. Em casa muito barulho, mas não há espaço para a minha voz. São tantos ouvidos, nenhum presente, todos perdidos em suas euforias…

Não me encaixo nas conversas, nem curtos suas musicas. Sou aqui só mais uma peça, um acessório que se contenta em dizer que não está em um salão vazio.

Há só um olhar que me compreende. Seu amor, sua amizade, faz com que eu me sinta menos só.

Aqui, nada me acrescenta a não ser um sorriso verdadeiro daquele que sempre que pode vem estender-me a mão e lembrar-me de que neste mundo eu nunca estou sozinha… Pois, há muitos anos, temos um ao outro.

O que nos une é mais intenso que apenas um laço de sangue: infâncias roubadas, juventudes perdidas, dores compartilhadas.

Por sermos tão diferentes nos tornamos tão iguais… Somos dois e também apenas um, pois eu não vivo sem que esteja sempre ao meu lado a melhor parte de mim!

Um dos únicos homens para quem não me envergonho nem temo declarar o meu amor.

Nada, ninguém nos separa. Estarei sempre ao seu lado e me lembrarei de tudo o que tem feito de bom. Não para retribuir, mas para fazer mais (muito mais) por ele do que eu faria por mim.

Amo-te meu irmão!

Permanente vazio

Senta aqui que hoje eu quero te falar
Não tem mistério, não
É só teu coração
Que não te deixa amar…
(Los Hermanos)

É triste quando isso acontece… E dessa vez não fui eu a culpada por tamanha dor.

Até cheguei a pensar que poderia fazer a diferença, mas percebi que não posso preencher esse vazio.

A vida abriu-lhe outro caminho, deu-lhe uma nova oportunidade, mas por medo ou por magoa ainda, não deixaste… Nem tentaste.

Eu tentaria no seu lugar, mas infelizmente não o estou.

Percebi que é impossível reconstruir o que foi destruído em você.

Nós temos as nossas historias que nunca poderão ser apagadas, mas ainda é possível escrever uma outra,  única, talvez ainda melhor, mais intensa e verdadeira…

Não se engane, existem pessoas que fazem questão de machucar e de tão dissimuladas tentam se  convencer de que sofrem com seus erros. Mas não sofrem!!! Não se arrependem, pois repetem os mesmos erros sempre que podem e não pensam nas conseqüências.

São pessoas que sempre tiveram de tudo, mas nunca valores. Não se importam com ninguém a não ser elas mesmas. Conheço-as muito bem. Muitas passaram por minha vida. Tiraram tudo o que podiam de mim e só partiram quando eu nada tinha mais para oferecer. Já haviam cultivado seu ego e mostrado o quão tola eu fui.

Quem perdera? Eu? Ah, não! Continuo a mesma, ainda mais segura e convicta do que sou.

Tudo está tão claro agora, mas não se preocupe, voltarei ao meu lugar.

Estou tão cansada de buscar que vou parar por aqui, antes que eu me perca de uma vez.

Não te culpo, até te entendo… No fundo, somos iguais, meu bem: apenas não queremos quem realmente nos quer bem.

Desejos, apenas

Sentia-se perdida, um pouco deprimida talvez. Procurava por alguém que lhe devolvesse o brilho. Nenhum dos seus amigos lhe preenchia o vazio que havia dentro de si.

Entrou na capela. Porque não ouvir palavras de fé que lhe poderiam trazer de volta a confiança, a tranqüilidade? 

Sentou-se, mas não conseguiu tirar seus olhos daquele que outro dia a enchera de carícias e beijos. Tentava concentrar-se, não era possível. Os olhos dele brilhavam e por mais que ela os procurasse, não olhavam em sua direção… Pelo menos não o percebia.

O padre falava de anjos… “és o meu anjo”, pensava. Ouvia sobre o pecado que por sua vez ardia em sua pele cada vez que o olhava. Lembrava daquela noite, uma única apenas… Mas que na deixara marcas pelo corpo. Suava, tremia, palpitava-lhe tanto o coração que lho sentia entre as pernas.

Não ouviu nenhuma palavra mais, deixou apenas seu pensamento voltar àquele instante. Sentia-lhe os beijos, os suspiros, o cheiro, a pele… Os olhos que penetravam o desejo não só em seu corpo que não em sua alma. Desejava entregar-se, render-se a esse homem que mal conhecia, mas que já a fazia tremer.

“Não te amo…” – dizia – “… Quero-te. Queres que demonstre meu desejo por ti? Deixa-me”. Não o queria para sempre, o queria por inteiro, uma vez… Suspirava quase que silenciosamente essas palavras.

Procurou-o. Sem pudores, disse tudo o que sentia… Nada lhe fora escondido. Não mais temia ser vista leviana, não temia seu desprezo. Era preciso, há coisas de que não se pode livrar… São instintos, desejos primitivos que dominam o corpo e não há razão que os controle.

Entregara-se a ele. Desfrutara de todos os prazeres que seu corpo lhe oferecia. Viu-se, assim, livre da febre que a dominara, pôde voltar à sua rotina sem que nada lhe atrapalhasse, sem que lembranças tomassem conta de seus pensamentos. Sentiu-se em paz, enfim…

 “Fazer nascer um desejo, nutri-lo, desenvolvê-lo, irritá-lo, afinal satisfazê-lo.”

Eu passo…

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

(Cecilia Meireles – Motivo)

 

Nunca conheci ninguém igual a você. Compartilhamos segredos, dores, risos. Antes uma menina, hoje uma mulher. Os sonhos não são mais os mesmos, muitos dos desejos foram realizados, passos maiores estão por vir. Sinto-me insegura, porém. Por muito tempo acostumei-me a andar ao seu lado, ter sua mão pra segurar, seus braços pra envolver-me e muitas vezes chorar.

Até onde vão os meus e os seus desejos? Como reconhecer nossas próprias vontades se por tanto tempo foram uma só?

É difícil olhar no espelho e me enxergar apenas sem ver sua sombra em mim.

Não quero andar sozinha, sinto-me perdida sem você. Quero e preciso segurar-te as mãos, mas preciso também que você se encontre.

Preciso que ande um pouco só, que não conte comigo pra te levar. Você precisa se encontrar e não se esconder atrás dos meus sonhos. Procure os seus,  corra atrás deles como eu fiz até agora. Conte comigo pra te apoiar, estarei ao seu lado não mais à sua frente. 

Quando isso acontecer verá se ainda deseja seguir o mesmo caminho, talvez tome um rumo diferente, não que o queira… não o quero. Mas é possível, é preciso reconhecer que aconteça e aceitar de alguma forma.

Planejávamos uma vida juntos, estávamos a um passo de algo muito importante. Preciso ter certeza. Não posso levar todo o peso em minhas costas, não posso ser responsável por uma vida de frustração. Não posso continuar a te guiar sem saber em qual direção realmente deseja ir.

Você não pode se acostumar e aceitar todos os meus desejos como se fossem seus. Encontre-se. Já não seguro mais as suas mãos; já não me tens mais à sua frente. Não procure minha sombra, não irá encontrá-la. Procure por você. Talvez, quando encontrar, não precise mais de mim. Ainda assim, não se esqueça de voltar, pois estarei a te esperar… só não sei se no mesmo lugar…

O que me faz ter forças para continuar

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo…

 …

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante…

(Legião Urbana – Eu era um Lobisomem Juvenil)

Estava cansada, sem forças. Meus esforços pareciam que não surtiam efeito. Dedicações, investimentos, noites em claro, só me traziam cansaço e desânimo à alma. Estava a ponto de jogar tudo pro alto, gritar pro mundo que eu não queria mais, ou melhor, não precisava passar por tudo isso.

Foi neste momento que li algo que simplesmente fez com que eu me derretesse em lágrimas e percebesse que estava errada. Emocionei-me com palavras lindas e tão sinceras de uma menina de 18 anos que sempre me surpreendeu com suas idéias e reflexões tão “adultas”. Quando, hoje em dia, se vê um adolescente escrevendo sobre filosofia, sobre as dificuldades da vida ou sobre o amor transformando as palavras em música, que acaricia os ouvidos, acalma, e muitas vezes, provoca a alma??

São experiências e depoimentos assim que me fazem ter forças pra continuar, que recarregam minhas energias, fazem com que levante a cabeça e tenha a certeza de que estou no caminho certo.

Obrigada, Débora (esse é o nome da minha aluna) pela emoção que me proporcionou, por me devolver o ânimo e a esperança que o tempo e o cansaço estavam fazendo com que eu os deixasse escapar por entre as mãos.

****

Já sinto falta de alguém para admirar.

Os meus olhos, que farão? Para onde direcionarão atenção?

Quer dizer então que não mais existirá a sua voz cortando o silêncio, muito menos o sorriso esplêndido, dotado de puro encantamento e satisfação?

Por ti, nasceu em mim uma nova emoção.

E acredite, guardo tua companhia à sete chaves, salva em minhas recordações – presença intensa nesse meu pouco explícito e debilitado coração.

* À minha xará e sempre professora Débora Camasmie.

Texto escrito por Débora Pessoa que inspirou não só esse post, mas devolveu-me a esperança e o ânimo que me faltavam.

Do outro lado do mundo…

Hoje preciso escrever sobre o meu amor. Um amor que nunca havia sentido, apesar de saber que existia… há três anos ele apareceu em minha vida: tímido, inseguro, carente. Em seus olhos tristes podia-se perceber que estava completamente perdido, com medo talvez.

Poucas vezes dizia o que sentia, seus sentimentos (em sua maioria de tristeza e frustração) demonstravam-se em lágrimas apenas. Nenhuma palavra… foi dificil entrar em seu mundo, cercado por um muro de indiferença, rejeição e resistência… sua forma de proteção.

Beijos, abraços, raros gestos de afetos. Poucos sorrisos, apenas olhares, tristes olhares… É dificil para alguém tão novo lidar com sentimentos e assuntos tão adultos. Esse menino só pedia sua infância que lhe fora roubada. Aos poucos nos aproximamos e fiquei completamente apaixonada. Não tenho medo de dizer isso, não a ele. Sei que também conquistei seu coração. Mostrei-lhe que existem pessoas que nos querem bem. Sempre digo o quanto o amo, para que não se esqueça e se caso duvidar, por algum comportamento meu, que não duvide mais.

Bryan é seu nome e com apenas doze anos veio do outro lado do mundo para ensinar-me a amar. Um sentimento que muitos não acreditam existir, um sentimento que poucos têm a capacidade de sentir.

Ainda não me acostumei com tudo isso, nem sei se estou preparada para esse amor, não sei também se ele entenda, compreenda esse sentimento. Talvez nem saiba o quanto representa em minha vida. Sei tão pouco se sou tão importante para ele quanto é para mim. Só sei que também me ama, nem como, nem quanto, mas não me importo.

O amor que sinto não pede nada em troca, não espera reconhecimento. Esse sentimento faz apenas com que me alegre com um sorriso, um beijo, um abraço apertado, um brilho no olhar de felicidade e satisfação ou um tímido “eu te amo”.

As dificuldades e os sofrimentos por que passamos muitas vezes mudam nossas vidas de uma forma não esperada. Uma perda pode trazer uma enorme dor, uma mudança pode resultar em sofrimento (por medo ou insegurança), mas pode abrir um outro caminho no qual encontramos pessoas que realmente se importam. Eu sou uma delas, não sei o porquê de nossas vidas se encontrarem, só sei que EU me importo.

Eu o amo de verdade e farei de tudo para que sua vida seja diferente e não lhe traga mais tanta dor. Tentarei ser para ele um exemplo de mulher que carrega no peito um imenso amor de mãe.

Nostalgia

    Aproveitando uma pequena folga no meio do ano resolvi viajar. Voltei a um lugar depois de 14 anos o que me trouxe momentos de muita nostalgia. A cada rua e casa visitadas retornavam lembranças e sentimentos de um tempo de menina. As mesmas casas de madeira, as varandas nas quais eu passava a tarde brincando, o cheiro e o gosto do maravilhoso pão caseiro, o mesmo forno à lenha (hoje não muito usado), o mesmo silêncio…

   Mas nem tudo estava como antes. Algumas pessoas já se foram, outras eu nem se quer encontrei. Não havia mais a balança em frente a casa e nem mesmo o pé de Romã. Eu também não era mais uma menina, não tinha mais os mesmos sonhos, nem tão pouco passei minhas tardes brincando na varanda afinal não tinha mais as mesmas companhias. Passei boa parte do tempo observando a rua, a transformação de uma cidade e também de uma vida. Vidas surgem enquanto outras desaparecem… E um vazio insistia em permanecer dentro de mim. Com tantas pessoas ao redor eu continuava e me sentir só. Vozes soavam distantes e pareciam não me tocar. Meu pensamento não estava naquele lugar. Eu não estava ali. Estava em um tempo em que crianças brincavam no quintal sem se importar com hora, dia, chuva ou frio. Em que a avó conversava na cozinha enquanto preparava um delicioso bolo de chocolate. Entre brincadeiras, brigas infantis surgiam e tão logo deixavam de existir e novamente risadas quebravam o silêncio e o som de alegria se espalhava por todo o ambiente.

   Perdida nessas lembranças ficava, até ser despertada por um toque ou um chamado insistente. E me via novamente sozinha, porém sorrindo por pelo menos por um momento ter vivido tudo de novo.

O dia em que eu acordei feliz…

“Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia”.

Nietzsche

Hoje o dia amanheceu azul. O céu limpo reluzia tudo e todos ao meu redor. Meu espírito acordara leve, porém ainda com parte da euforia do dia anterior. Tudo parecia diferente, mais bonito, mais alegre e eu estava igualmente mais bela… Aos poucos, esses sentimentos foram dando lugar a uma tristeza, melancolia e até certa culpa. Culpa por não ser tão forte, culpa por ainda acreditar, culpa por querer sonhar e sorrir quando eu deveria chorar.

Por que eu insisto em acreditar e confiar em quem não merece tamanha dedicação? Por que eu insisto em entregar meu coração a quem sempre irá me ferir? Por que eu insisto em deixar meus sonhos nas mãos de quem teve e ainda tem o prazer, mesmo que inconsciente, de destruí-los? Ainda não aprendi que ninguém além de mim deve ser responsável pela minha felicidade? Porque ainda não aprendi a sonhar?

Eu engano, a mim acima de tudo, quando digo e penso que nada me toca. Que sou insensível aos julgamentos, às ações e principalmente à indiferença. Engano-me quando finjo ser igualmente indiferente a você.

O que eu esperava? Cartas de amor? Confidências de sonhos e desejos? Sinceramente não sei… Talvez tudo, talvez nada. Talvez o que é feito seja exatamente o que deveria ser… Talvez eu precise desse vazio e seja isso que alimente e sustente o meu amor.

A verdade é que no dia em que acordei feliz, dormi na solidão!

Amor, sempre amor!

  “Nesta manhã gelada e triste, o cinzento céu condiz com a poluição e a sujeira da minha alma. Penso em ti todos os instantes, e os sentimentos de angustia, tristeza e desejo tomam conta de mim.

Eu te amo! E já te disse mil vezes que meu desejo por ti é maior, muito maior que meu amor próprio. Amo-te e odeio-me por te amar!

Como pode ser tão insensível e frio que não se comoves com meu sofrimento? Como pode dizer-me tantas palavras para que eu me entregasse e depois me deixar?

Livro-te da culpa, porém, ela só a mim pertence. Eu que me deixei enganar. Justo eu que me julgava à prova de tudo isso e jurava-me que perceberia tua má fé… Entreguei-me plenamente, não me contive, deixei que pensasses que estava em suas mãos e assim fiquei!

Nada mais faz sentido! Teu silencio é o que me mata, ainda se houvesse uma explicação, se eu soubesse que amas outra, que meu amor não lhe é suficiente… Sofreria, mas tentaria esquecer-te.

Sei que em nada adianta minhas palavras, porque em nada te comove minha dor; meu amor não te toca e nada mais, em ti, provoca meu desejo.

Não vejo sentido em amar quem não retribui tamanho amor. Recuso-me, porém, outro alguém. Prefiro a solidão a fazer com que sofram como eu sofro agora. Embora eu pense que eu mereça se amada, que deveria deixar que outra paixão tome conta de mim, talvez assim percebas meu valor, me queiras, me desejes como sua mulher e até sofras por mim e por meu amor.

Lembro-me sempre de nossos poucos, mas intensos momentos. Penso em teu olhar, em teus beijos, recordo-me de tua voz e de tua respiração. Entrego-me ao desejo, sinto tua mão e teu corpo me tocar… os suspiros, calafrios, movimentos. Escorre-me entre os dedos um imenso prazer. Ah! Conheceste minhas mais intimas fraquezas, fizeste-me acreditar que não era desejo apenas.

Espero-te todos os dias, então. Fizeste com que esses dias se mostrassem os mais longos de minha existência e os mais tristes também. Desde então ando perdida em mim, em meus pensamentos e nada mais além de ti, eu penso.

Por que me ignoras? Por que não mais me notas? Por que não correspondes ao meu amor? Ah! Desgraçada que sou! Falta-me coragem para dizer-te pessoalmente o que sinto agora! Jogar-me-ia em teus braços, oferecendo meu corpo e toda a minha paixão!

Como eu desejo que não existisses, como queria nunca ter te conhecido… Assim meu coração não sentiria dor, nem amor, nem nada! Reconheço que também não me sentiria tão viva. Qual seria o sentido da vida sem amor? Qual o sentido de minha vida sem ti?

Agradeço, assim, a sua existência e só o que lamento é meu sofrimento porque recusas meu amor e não me deixas que eu faça parte de ti. “

Esse texto escrevi para a disciplina de Literatura Portuguesa, na qual o professor solicitou uma carta barroca. Não era necessário utilizar um português muito antigo, mas que todos os elementos do movimento estivessem presentes. Gostei bastante do resultado e resolvi publicá-la. Pelo que me consta, foi aprovada também pelo professor que é sempre tão exigente… rs.

 


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